Caro conhecido,
Venho por meio dessa carta dizer que tomei a decisão de te esquecer. Sim, novamente.
Por que a gente tem
essa de achar que vai dar tudo certo, de começar a fazer planos, de querer estar
perto, e aí as coisas se tornam cinzas de novo. Não é o que eu gostaria de
estar te escrevendo, prefiro as cartas de amor, mas não houve muitas chances de
escrevê-las pra você, não é mesmo? Por
enquanto só me restaram as cartas de despedida, as cartas que ninguém quer ler,
e muito menos receber. Nunca as recebi, só as escrevi.
Só peço que não se
lembre de nós, por favor. Esqueça as canções e todo o resto. É só o que te
peço. Rasgue tudo, coloque pra fora e queime. Só te peço que faça isso, assim
não corro o risco de você aparecer de novo e bagunçar tudo, novamente. Sinceramente,
a sua bagunça combinava com a minha. E a nossa bagunça, a sua bagunça, aquela que você
deixou aqui dentro já foi suficientemente difícil de arrumar da primeira vez, deu
trabalho. E como deu. Mas não vou errar
de novo, como você disse ‘’errar duas vezes é burrice” e eu que o diga.
Mas ah! Eu adoro me
permitir errar com você. Essa sensação boa que dura uns segundos e depois fico
pensando que não devia ter me permitido, e não devia mesmo. E não vou. Nunca
mais, prometo. Prometo.
Só peço que fique
bem, tá? Comigo ou sem migo. Fica bem. De longe eu vou estar aqui, querendo que
você fique bem, como sempre fiquei. Quando você nem sabia. Quando eu nem
queria. E enquanto eu fico nessa de
tentar fazer rimas, eu tento de esquecer, novamente.
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